O amigo conhece — ou já ouviu falar — daquele tipo de pessoa que compra um carrão, desses que transformam o feio em belo, o pobre em rico e, pior que tudo, têm um poder inversamente proporcional: vai da alegria da compra à decepção com os preços da manutenção, do seguro e da documentação.
Tem também aqueles que compram uma mansão e logo percebem que, para mantê-la linda e exuberante, só apelando para fontes inesgotáveis de recursos. O amigo e eu sabemos que essa tal fonte não existe — a não ser, claro, que se esteja coladinho nas suculentas e inesgotáveis tetas (e que tetão!) do governo.
Costumo dizer que esse tipo de pessoa deu um peido maior do que a bunda. E pior: todo mundo viu. E não tem nem um Totó por perto pra levar a culpa.
Considerando esse meu pensar, concluí que o Brasil deu um belo peido maior do que a bunda. Basta olhar pra maior potência do mundo — economicamente e militarmente falando — e ver que começamos a provocar o antigo parceiro, agora adversário (pra não dizer inimigo), como se tivéssemos alguma chance de nos impor moral, econômica ou militarmente.
O país parece aquele vizinho que comprou o carrão e a mansão ao mesmo tempo, e agora se vê obrigado a posar de rico. Mesmo se acabando de arrependimento, ainda acredita que algum de seus poucos companheiros virá lhe estender a mão.
Coitado... vai morrer esperando ajuda, se não baixar a bola, vender o carrão e a mansão, e voltar a ser Uber — ou motorista do carro da pamonha, gritando pelo alto-falante:
"É a pamonha, é a pamonha soberana... passando aqui na sua rua!"
Então, sossega, Leão...
Pede pra cagar e sai.