Ou Vai Ou a Cerca Cai: Crônicas com Humor
Textos que derrubam cercas e arrancam risos e reflexões.
Capa Meu Diário Textos Áudios E-books Fotos Perfil Livros à Venda Prêmios Livro de Visitas Contato Links
Textos
Com Licença, Vou Entrar em Pânico – Parte 2
Como prometi na primeira parte do “Com licença, vou entrar em pânico”, vou abordar outro pavor que me acompanha atualmente. Porém, deixo claro que não se compara ao medo daquilo que transforma qualquer ambiente simplesmente dando uma passadinha. Se o amigo está curioso, dê uma lida na Parte 1, que está disponível aqui no blog.
Hoje, é inevitável ter que enfrentar esse meu trauma. Falo do elevador. Isso mesmo, esse meio de transporte que você utiliza brincando, eu uso suando. Para mim, é como se estivesse entrando em um sarcófago que vai desabar nas profundezas — sei lá de onde. E esse medo só aumentou depois que escutei notícias sobre seres existentes no centro da Terra.
Essa afirmação só corrobora meus pensamentos: esses seres que habitam o centro do planeta são todos passageiros de elevadores que desabaram.
O amigo pode perguntar: “Mas, Luciano, você sempre teve medo de elevador?”
Não, querido leitor e leitora. Até o dia em que fui passar um Carnaval em Recife. Pegue assento, aplume os óculos, que eu vou esclarecer tudo.
Fomos convidados para passar o Carnaval no apartamento de um casal amigo — e lá fomos nós. Éramos cinco foliões: minha irmã, meu cunhado, minha mulher, minha filha e eu. Só nesse começo o amigo já pode observar que a lotação do elevador estava quase completa.
Chegamos e logo partimos todos nós, mais o casal amigo, um filho e o poodle, para a praia de Boa Viagem. A missão: tomar cerveja com caldinhos e apreciar os tubarões enquanto esperávamos dar a hora de irmos para o Recife Antigo. Até aí, tudo ótimo.
Chegou a hora de voltarmos ao apartamento para os preparativos carnavalescos.
No elevador, além de nós oito e o cachorro, junta-se uma babá com uma criança nos braços.
O elevador vai subindo tranquilo... até acabar a energia. Pronto. Parou. Escuro. As reações começaram.
O poodle foi o primeiro a se manifestar com uns grunhidos e latidos que percorriam todas as notas musicais. O bebê, aproveitando o ensejo, começou um choro tipo cólica (quem é mãe conhece bem). Minha mulher, nervosa, começou a rir. Isso mesmo: ria como se estivesse num show do Renato Albani. Eu, imóvel, completamente estático, pois a cerveja queria vir ao mundo naquele instante. O filho do casal pulava como se nada estivesse acontecendo — e, como os pais não diziam nada, eu, o convidado deles, no desespero, falo: “Fica quieto, menino, pra essa porra não despencar...”
Foram só dez minutos, porém uma eternidade.
Bom, nos outros dias, quando estava sem cerveja, usava a escada. Mas na volta dos blocos ia de elevador e ainda cantava: “Voltei, Recife, ...”
Porém, o amigo há de convir que não posso, todas as vezes que tiver que usar um elevador, passar antes em um bar.
Luciano Fernandes
Enviado por Luciano Fernandes em 10/07/2025
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Comentários