Do Alto de um Muro Baixo
Do Alto de um Muro Baixo
O amigo deve pensar que eu sou um alienado. O país em pavorosa e eu aqui, dando milho aos pombos.
Eu respeito seu pensamento, mas resolvi ficar em cima do muro. Um muro baixo, pois tenho medo de alturas, porém sólido — sem ser daqueles tipos "centrão". Essa é minha posição.
Você pode até perguntar qual o motivo desse meu posicionamento, e eu respondo: medo. Exatamente o que você leu. Medo.
Estou numa idade em que só assisto a filmes de comédia, tipo Woody Allen, para não me envolver em pensamentos desastrosos.
Embora só assista a canais fechados, cansei de ver um lado falando mal do outro. Parece birra de meninos da 5ª série. Homens, vão trabalhar. Se vocês estivessem em uma empresa privada séria, já teriam sido demitidos há muito tempo. Nenhum empregador paga salário para um funcionário ficar batendo boca e procurando culpados. Esse tipo de pessoa contamina o grupo, tira o foco e atrasa projetos.
Um funcionário desonesto é um exemplo lamentável para uma equipe. Se não receber uma demissão exemplar, acaba servindo de modelo para gente de baixo caráter — como tantos que temos visto. Esse tipo de gente existe em todos os lugares. Não vieram de um ambiente sábio; foram forjados na corrupção e na falta de caráter. A indecência moral é seu guia, seu senhor — e o povo, o instrumento do seu deleite doentio.
Não se importam com o podre, porque são o podre — e estão no poder graças ao apoio do podre, do humilde, do sem saber, que os alimentam nessa sanha louca por dinheiro e poder.
São homens que conseguem se olhar no espelho, olhar para os filhos e ainda viver como se tudo o que fazem estivesse certo. São condenados sendo abraçados, acolhidos depois de lesar o próprio povo — como se nada tivesse acontecido.
Na verdade, vou ficar aqui em cima do muro, não por medo... mas por nojo de quem está aí embaixo.
Luciano Fernandes
Enviado por Luciano Fernandes em 04/07/2025
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