Missão Impossível: Shampoo e Outras Aventuras Conjugais
Não sei se o amigo é como eu, mas sinto um frio na espinha sempre que recebo a missão de comprar alguma coisa para minha mulher no supermercado. Acho que ela esquece que nós, homens, não olhamos as coisas pelo mesmo prisma que elas.
A encomenda de um simples shampoo, pelo menos para mim, é algo perturbador. Você já viu a variedade de marcas e tipos? Tem para cabelos lisos, naturais, cacheados, danificados, com reparação profunda, que fortalecem as pontas, as raízes... uma infinidade de opções! Para mim, fica quase impossível encaixar o cabelo dela nas especificações, a não ser que eu leve um chumaço de cabelo para conferir na prateleira.
E não adianta levar a foto ou a embalagem do produto. Se estiver em falta, você entra em parafuso. É um misto de decepção e pânico, porque o “não sabe comprar nem um shampoo” vai martelar na sua cabeça como um carimbo no teste de incompetência.
Se você acha difícil comprar um shampoo, imagine então um absorvente. Hoje em dia, saio com a embalagem original no bolso para cumprir essa missão de alto risco. Mas parece que os abastecedores do supermercado adivinham que estou chegando e fazem questão de retirar o exato produto que preciso das prateleiras.
Abri a embalagem antiga e tentei me guiar pelas referências. Só uma batia: noturno. Pronto, me dei por satisfeito. Se era com abas ou sem abas, não parecia importar tanto — afinal, é noturno, e o produto seria usado dormindo, certo?
Cheguei em casa e ela não estava. Aproveitei o silêncio para colocar o pacote ao lado da imagem de São Judas Tadeu e acender uma vela, pedindo piedade caso tenha errado.
Bom, meu amigo, se você se identificou comigo, comente aí: para qual santo você acende vela nessas horas?
Luciano Fernandes
Enviado por Luciano Fernandes em 20/06/2025