Do Lenço ao Pix: Evolução Natural da Ladroagem
Alguns de vocês, amigos queridos do Caroço de Manga, já devem ter se perguntado:
Como é que eles inventam tantas maneiras de roubar?
Será que existe uma força-tarefa especialmente criada para estruturar e pôr em prática esses “maravilhosos golpes” do mal?
Hein? Me diga, amigo.
Eu, como estou com tempo sobrando, vou te mostrar que esses procedimentos cabulosos vêm de vários séculos.
Um belo dia, um jovem americano chamado Jesse James queria assaltar um banco com seu grupo. Após definir o alvo, só faltava o disfarce — afinal, ninguém quer ser reconhecido. Um dos comparsas sugeriu a Galinha Pintadinha, outro cogitou o Palhaço Bonzo, até que Jesse teve a brilhante ideia: um lenço.
— Vamos usar um lenço no rosto, só deixando os olhos à mostra. Afinal, isso aqui não é brincadeira de cabra-cega — afirmou o futuro inventor do disfarce mais "tampa de caçarola" da história.
E assim, no dia 13 de fevereiro de 1866, Jesse James assaltou o banco Clay County Savings Association, em Liberty, nos Estados Unidos.
Avançando no tempo, chegamos a 2005. Um grupo com a mesma intenção também se reúne:
— Vamos fazer um assalto a banco que vai nos deixar ricos. E, o mais importante: sem deixar pistas!
Algum sabido pergunta:
— Vamos usar lenço?
— Não, Dilmo. Iremos alugar uma casa em Fortaleza e cavar um túnel até o Banco Central. Passaremos o fim de semana limpando o cofre.
Dos 170 milhões, apenas 20 foram recuperados. O resto? Evaporou. Como consultoria cara ou palestra premiada.
Mas aí, meu amigo, outro grupo teve a “brilhante” ideia de roubar sem lenço, sem pá e sem poeira. Numa reunião calorosa, surge a proposta:
— Aposentados! Isso mesmo. Como não pensei nisso antes? — grita o cabeludo, já animado.
O baixinho falante, sempre cheio de ideias “revolucionárias”, completa:
— E se a gente fizesse empréstimos nos nomes dos velhinhos, hein? Que tal?
— Fechado. Só um detalhe: se alguém tiver parente aposentado, por favor, me passe o número do benefício — não queremos causar constrangimento a nenhum vovô conhecido...
A época nostálgica do bandido de lenço, que arrancava suspiros das donzelas, ficou no passado.
Hoje, o que se ouve são os suspiros da população inteira — de indignação.
Ver até onde o ser humano pode ir, em perversidade e falta de vergonha, dá até enjoo.
A história já nos provou:
não há crime perfeito, nem mal que dure para sempre.
Mas que demora...
Luciano Fernandes
Enviado por Luciano Fernandes em 26/05/2025