Tem caroço nesse incêndio.

A história não está imune à idade – e Nero que o diga. Ou melhor: a gente diz por ele. Porque cá entre nós, a pergunta que ninguém faz é: e se o incendiador mais famoso do Império Romano fosse um cinquentão em plena crise existencial? Será que Roma ainda teria virado churrasquinho imperial ou tudo teria sido resolvido com um cafezinho e um bom plano de reurbanização?

Neste texto, o Caroço de Manga põe lenha nessa fogueira histórica com uma dose generosa de deboche, sarcasmo e análise pseudo-séria digna de um conselho de anciãos do Senado romano.
Roma em Chamas – Fato ou Ficção?

O ano é 64 d.C., Roma vive seus dias de glória. O imperador Nero, aos 26 anos, contempla do alto de sua residência o fogo devorando os bairros da cidade. A lenda diz que ele tocava lira enquanto tudo queimava, mas… será que a história teria sido diferente se ele já estivesse na casa dos 50?

Jovem, impulsivo e com um pé no estrelismo, Nero era típico da juventude que toma decisões num piscar de olhos, sem pensar muito nas consequências. Mas um homem de 50? Esse para, pensa, olha ao redor, procura um sofá confortável, e só então decide se vale a pena acender o fósforo ou só tocar uma lirazinha mesmo, bem baixinho, com os pés de molho.
E Se Fosse um Incêndio "Planejado"?

Aos 50 anos, ninguém incendeia nada sem antes marcar uma reunião no calendário. O Nero maduro chamaria arquitetos, engenheiros e talvez até decoradores. Não seria um desastre, seria um projeto: Roma 2.0 – agora com aquedutos modernos, ruas mais largas e um coliseu que não despenca.

O incêndio ganharia patrocínio. Cartazes espalhados:
“Vem aí: Roma em Chamas – Uma Noite Para a História”
Ingressos vendidos, bonés, canecas, escudos personalizados. Bigas com frases como “Eu sobrevivi ao Incêndio de Roma”. Um verdadeiro festival. Se for pra destruir, que seja com estilo e retorno financeiro.
E a Culpa, Vai Pra Quem?

Aos 26, Nero botou a culpa nos cristãos. Clássico. Mas aos 50, o discurso seria outro. Mais elaborado, cheio de vírgulas e interjeições:
“Observem, caros cidadãos! Foi o sistema de encanamento ultrapassado que causou tudo. Talvez uma fogueira mal apagada da Saturnália. Ou, quem sabe, uma conspiração dos bárbaros infiltrados como turistas.”
Porque o cinquentão não joga a culpa em qualquer um – ele estrutura a narrativa, faz PowerPoint e termina com um “vocês são jovens demais pra entender”.
Plano de Contingência? Mas é Claro!

Esse Nero previdente já teria comprado os terrenos mais baratos dos bairros que “por acaso” pegariam fogo. Já teria uma equipe de urbanistas prontos no backstage e um fundo de investimento imobiliário: Roma Incendiaris S.A. Afinal, qualquer tragédia pode ser uma grande oportunidade… para quem tem visão (e 50 anos nas costas).
O Incêndio e o Impulso

Por fim, o clímax: por que o Nero cinquentão poderia ser ainda mais perigoso que o jovem?
Porque ele une a ousadia da juventude com a frieza da maturidade. Ele não faria por impulso. Faria por estratégia. Um rebranding imperial completo, com direito a nova logo, nova paleta de cores e um slogan:
“Roma: Renascida das Cinzas, Reconstruída com Propósito.”
Mas E o Povo?

Seria feita uma coletiva de imprensa no Fórum Romano, com projeção de maquetes da nova cidade:
“Ali o novo anfiteatro com vista para o Tibre. Aqui, um spa para gladiadores cansados.”
E se alguém questionasse? Um olhar sereno, uma mão sobre o ombro e a clássica frase:
“Você ainda não tem idade suficiente pra entender.”



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