Ou Vai Ou a Cerca Cai: Crônicas com Humor
Textos que derrubam cercas e arrancam risos e reflexões.
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Textos
Luzes no Céu
  Acompanhei as notícias que chegaram dos Estados Unidos sobre luzes no céu de Nova Jersey há alguns meses. E eu aqui pensando que sou indeciso. É como se você pegasse o carro, viajasse muitos quilômetros e, ao chegar ao destino, parasse e ficasse pensando: "Entro ou não entro?"

As informações e imagens que chegaram realmente são esquisitas. Bolas de luz aparecem e desaparecem, dançam de um lado para o outro em velocidades variadas. Se fosse aqui na nossa terrinha, já estariam bolando uma maneira de taxar essas luzes. O que preocupa agora é a interferência nos rádios locais e no GPS.

Agências oficiais do governo estão investigando e chegaram à seguinte conclusão: são luzes no céu, e nós não sabemos o que é. Bom, esse resultado da perícia eu mesmo podia ter dado daqui do sofá da minha casa. No entanto, uma outra conclusão foi mais animadora — ou aterrorizante, dependendo do seu ponto de vista: não é uma arma secreta do Irã nem da Rússia, muito menos do Brasil, pois nossa arma mortífera não voa e sua luz é completamente apagada. Isso reforça a premissa de que ninguém, absolutamente ninguém, sabe quem é o dono das bolas luminosas.

Já tem americanos atirando nas luzes, que, por sua vez, simplesmente apagam, mostrando que não viajaram anos-luz para trocar tirinhos com ninguém. Para aumentar ainda mais o mistério, radares da guarda costeira americana afirmam que essas luzes vão em direção ao mar e desaparecem, como se mergulhassem no oceano. Eu pensei: "Pronto, agora lascou tudo! O que essas luzes vão fazer nas profundezas do oceano? Será que não ouviram falar do submersível Titan? E se elas importunarem uma baleia, dá processo? E o meu tão planejado e adiado cruzeiro, ainda é seguro?"

Os relatos aumentam a cada dia: quarenta ou cinquenta luzes aparecem de uma só vez, cada uma do tamanho de uma SUV. Enquanto estiverem no porte de um Fiat Uno, tudo bem. Mas o que preocupa é a formação de quadrilha! Isso só mostra que, enquanto nós, terráqueos, estamos aqui tentando economizar energia e criar fontes alternativas, existem criaturas no universo que exportam energia para shows pirotécnicos em outra galáxia. Isso sim é tecnologia — e não dá ré em foguete.

Será que estamos mesmo preparados para um show intergaláctico? Ou ainda estamos tentando estocar vento? Seja qual for a opção do amigo, o importante é que eles não estão nem aí para o que pensamos. É como se fôssemos café com leite na brincadeira de adultos ou como um certo político que fala e ninguém acredita.

Eu confesso a você que não tenho a mínima vontade, ou melhor, coragem de ficar cara a cara com uma bola dessas. Porém, muitos malucos querem conhecer os seres que estão dentro ou enviaram esses artefatos circulares autopropulsáveis, que, para mim, serão chamados ACA, pois me reservo o direito de batizar com o nome que eu quiser quem vier fazer gracinha no meu quintal.

O interessante é que, após a posse de Trump, parece que eles tiveram medo de serem deportados algemados e pegaram o beco sem destino conhecido, pelo menos para nós, humanos. Agora devem estar conversando sobre o quão primitivos nós somos, já que basta acender uma lanterna e fazer zigue-zague para instalar o caos no planeta.

Se as luzes voltarem que fiquem pros lados dos Estados Unidos, pois se aparecem nos céus brasileiros tenha certeza de que serão incluído no processo do fim do mundo, importunação de estrelas, perturbação da ordem intergalática, vai ser enquadrado no artigo 223 e 169 do Código de Trânsito por usar facho de luz alta dos faróis e dirigir sem atenção ou sem os cuidados necessários. Por isso, caros alienígenas, sugiro outros destinos mais amadores, pois Brasil é para profissional - e nem vocês com toda essa tecnologia, estão preparados para isso.
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Luciano Fernandes
Enviado por Luciano Fernandes em 10/04/2025
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